terça-feira, 22 de julho de 2014

Amor de mãe


Tamara Adams


Amor de mãe


Às vezes choro por ti, meu querido.
Às vezes choro porque o mundo é tão grande e tu és tão pequeno que fico preocupada. Sim…, como eu me preocupo com a tua pequenez neste mundo imenso.
Às vezes choro porque és tão grande e eu sou tão pequena e, quanto maior te tornas para mim, mais pequena eu me torno para ti e fico preocupada. Oh meu Deus, como eu me preocupo com a minha pequenez no teu mundo imenso.
Às vezes choro porque este amor é tão grande e o meu coração tão pequeno. E um coração repleto de amor sofre, estranhamente, como um coração partido.
Às vezes choro porque fico emocionada com a tua beleza.
Às vezes choro porque fico emocionada com a tua força.
Às vezes choro porque desde que tu existes, eu desisti de uma parte de mim e, embora mesmo que pudesse, eu não mudasse nada , às vezes sinto-me completamente perdida.
Às vezes choro porque a tua pele é tão macia e, os teus olhos tão brilhantes e, a tua alma é tão nova e, o teu coração é tão aberto e, eu sinto-me triste. Sinto-me triste porque eu sei que a essa inocência vai desaparecer de dia para dia enquanto cresces e passas por episódios estúpidos e desnecessários que eu não posso prevenir, porque és dolorosamente humano, como todos nós.
Às vezes choro porque precisas de ajuda e não há nada ao meu alcance que possa fazer. O sentimento de impotência, nos pais, é pior do que uma tortura, um pesadelo interminável ou o pior episódio de terror de sempre.
Às vezes choro porque, como mãe, tenho de vestir o meu casaco de menina crescida todos os dias, e vestir o casaco de menina crescida e lidar com o sentimento de impotência ao mesmo tempo não há nada confortável!
Às vezes choro porque me sinto tão estupidamente cansada, não é com sono, mas sim cansada, que não consigo fazer nada. Nem sequer dormir.
Às vezes eu choro, porque sinto Deus cada vez que te ouço a rir.
Às vezes choro porque o simples facto de existires é tão maravilhosamente bom, que não há risos nem gargalhadas que expressem a felicidade que sinto.
Às vezes choro porque todas estas coisas, as preocupações, as tristezas, a beleza, o casaco de menina crescida e tudo o resto, às vezes, é areia a mais para a minha camioneta. É muito mais do que eu consigo lidar. E tem de transbordar por algum lado.
Então às vezes choro por ti. E por mim. E por este mundo imenso. E por milhares de outras terríveis e maravilhosas razões que não irás perceber até teres filhos. E te tornares um Pai.
Às vezes choro por ti, meu querido.

Por Annie Reneau para Scary Mommy
traduzido e adaptado por Up To Lisbon Kids


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